Ó meu Senhor, meu Defensor, meu Amparo no perigo! Com absoluta humildade suplico-te; enfermo, a Ti me volvo, esperando a Tua cura; a Ti clamo, humildemente, com a fala, a alma e o espírito:
Ó Deus, meu Deus! A escuridão da noite encobriu todas as regiões, e a Terra inteira acha-se velada por nuvens densas. Os povos do mundo estão submersos nas profundezas tenebrosas das vãs ilusões, enquanto os seus tiranos nadam na crueldade e no ódio. Nada vejo a não ser o clarão dos fogos devoradores e ardentes que se erguem no ínfimo dos abismos; som algum me chega aos ouvidos senão o estrondo atroador produzido pelo ribombar de milhares e milhares de armas de fogo de ataque, ao mesmo tempo em que toda a plaga exclama, em voz alta, na sua língua secreta: “As minhas riquezas de nada me valem e a minha soberania pereceu!”
Ó meu Senhor! As lâmpadas da guia apagaram-se. As flamas da paixão avolumam-se até às alturas, e a malevolência está continuamente a ganhar terreno no mundo. A malícia e o rancor têm-se estendido sobre toda a face da terra, e nenhuma alma encontro salvo os Teus próprios companheiros, oprimidos e escassos, que erguem este brado:
Apressai-vos logo ao amor! Apressai-vos logo à fidedignidade! Apressai-vos a fazer dádivas! Vinde ser guiados!
Vinde à harmonia! Vinde contemplar o sol! Vinde aqui para a bondade, para o bem estar! Chegai-vos aqui para a amizade e a paz!
Vinde e deitai ao chão as vossas armas de ira, até se conquistar a unidade! Vinde, e na senda verdadeira do Senhor, ajudemo-nos mutuamente!
Esses Teus oprimidos, veramente, com júbilo extremo, de corpo e alma, sacrificam as próprias vidas pela humanidade inteira, em todas as plagas. Tu os vês, ó meu Senhor, a prantear as lágrimas vertidas pelo Teu povo, aflitos pela dor dos Teus filhos, a condoer-se do género humano, a sofrer em virtude das calamidades que assediam todos os habitantes da terra.
Ó meu Senhor! Dota-os com as asas da vitória, para que possam alçar voo até aos céus da salvação; fortalece-os no serviço ao Teu povo e fortifica-os na servitude ao Teu Limiar de Santidade.
Tu, em verdade, és o Generoso, o Misericordioso! Nenhum outro Deus há senão Tu, o Clemente, o Compassivo, o Ancião dos Dias.